20.2.06
7.2.06
- Sabes, é provável que tenhas que acabar por te contentar...
- Achas mesmo?
- Tenho a certeza quase dada por absoluta. Há sempre dúvidas, claro. Alguns chamam-lhe esperança, outros não lhe chamam nada. Não têm tempo para admirar a ilusão, para se apegarem a ela, para a catalogar. A realidade arrumaram-na há muito na gaveta, ainda que ela persista em escapar pela fechadura.
- Desde quando é que as gavetas têm fechaduras?
- Algumas têm. Aquelas que queremos salvar da curiosidade alheia. Pegamos numa chave pequena (ferrugenta) e trancamos os segredos lá dentro.
- Desde quando é que a realidade é segredo?
- Desde sempre. Ou acreditas mesmo que há alguma coisa dentro da gaveta?!
- Porque haverias de a querer fechar se estivesse vazia?
- Para me convencer de que não está, de facto.
- E é provável que não esteja.
- Tão provável como o teu inevitável e obrigatório contentamento.
- Certamente não o contentamento de quem dá pulos de alegria dentro de uma gaveta vazia.
- Não. Acho que é mais aquele contentamento de quem não pode esperar mais nem melhor. De quem está farto de esperar e percebe que não ganha muito com isso.
- Ganha tanto em esperar quanto em deixar de o fazer. Desde quando é que desistir se tornou a tua opção?
- Não é uma opção. Não há opção. Por isso é que o contentamento é inevitável, obrigatório.
- Ninguém me vai obrigar a não esperar.
- Nesse caso, tu és ninguém.
- Eu não me vou obrigar a isso. Obrigo-me todos os dias ao contrário, por vezes ao contrário do contrário, mas o que interessa realmente no meio de todas as obrigações é que a espera, gaveta cheia ou vazia, é o fundamento de seguir em frente impacientemente. Sempre a olhar para trás. À espera. Quando segues em frente, estás na verdade a percorrer quilómetros sem sair do mesmo lugar. Porque não esperar? Esperar distraidamente, numa pretensa correria rumo ao que vem ter connosco.
- Desculpa, mas não te cedo a minha concordância.
- Não faz mal. Para esperar (ou andar) basta-me a minha.
- Achas mesmo?
- Tenho a certeza quase dada por absoluta. Há sempre dúvidas, claro. Alguns chamam-lhe esperança, outros não lhe chamam nada. Não têm tempo para admirar a ilusão, para se apegarem a ela, para a catalogar. A realidade arrumaram-na há muito na gaveta, ainda que ela persista em escapar pela fechadura.
- Desde quando é que as gavetas têm fechaduras?
- Algumas têm. Aquelas que queremos salvar da curiosidade alheia. Pegamos numa chave pequena (ferrugenta) e trancamos os segredos lá dentro.
- Desde quando é que a realidade é segredo?
- Desde sempre. Ou acreditas mesmo que há alguma coisa dentro da gaveta?!
- Porque haverias de a querer fechar se estivesse vazia?
- Para me convencer de que não está, de facto.
- E é provável que não esteja.
- Tão provável como o teu inevitável e obrigatório contentamento.
- Certamente não o contentamento de quem dá pulos de alegria dentro de uma gaveta vazia.
- Não. Acho que é mais aquele contentamento de quem não pode esperar mais nem melhor. De quem está farto de esperar e percebe que não ganha muito com isso.
- Ganha tanto em esperar quanto em deixar de o fazer. Desde quando é que desistir se tornou a tua opção?
- Não é uma opção. Não há opção. Por isso é que o contentamento é inevitável, obrigatório.
- Ninguém me vai obrigar a não esperar.
- Nesse caso, tu és ninguém.
- Eu não me vou obrigar a isso. Obrigo-me todos os dias ao contrário, por vezes ao contrário do contrário, mas o que interessa realmente no meio de todas as obrigações é que a espera, gaveta cheia ou vazia, é o fundamento de seguir em frente impacientemente. Sempre a olhar para trás. À espera. Quando segues em frente, estás na verdade a percorrer quilómetros sem sair do mesmo lugar. Porque não esperar? Esperar distraidamente, numa pretensa correria rumo ao que vem ter connosco.
- Desculpa, mas não te cedo a minha concordância.
- Não faz mal. Para esperar (ou andar) basta-me a minha.
5.2.06
3.2.06
Diz-me que não faz mal não ter sono, não querer dormir (que é a mesma coisa, agora).
Diz que não faz mal se eu não acordar amanhã à hora dos desenhos animados, pegar na taça com ovelhas desenhadas no fundo - mas que interessam os desenhos no fundo se o leite e os cereais ficam sempre por cima? Às vezes é engraçado ver os contornos a aproximarem-se à medida que o leite se esgota... deve ser uma espécie de consolação. A imaginação supera a fome, mas só quando a fome já não existe. Não, não tenho fome de ti. Blerg... não sou canibal! Ahh, em sentido figurado... não, também não. Até tinha fome das tuas palavras, mas elas aterram sempre tão pesadas, tão frias, tão secas.
Diz que não faz mal se eu não acordar amanhã à hora dos desenhos animados, pegar na taça com ovelhas desenhadas no fundo - mas que interessam os desenhos no fundo se o leite e os cereais ficam sempre por cima? Às vezes é engraçado ver os contornos a aproximarem-se à medida que o leite se esgota... deve ser uma espécie de consolação. A imaginação supera a fome, mas só quando a fome já não existe. Não, não tenho fome de ti. Blerg... não sou canibal! Ahh, em sentido figurado... não, também não. Até tinha fome das tuas palavras, mas elas aterram sempre tão pesadas, tão frias, tão secas.
Hoje choveu.
Mas não molhou as tuas palavras.
Afinal as palavras não são nada, absolutamente nada, são caixas vazias que toda a gente - e eu, eu também, a toda a hora - enche de nadas, doces sim... E tal como o algodão doce parecem sempre maiores do que realmente são. Derretem na boca (não nas mãos), são sempre tão pequeninas e frágeis. Acabam sempre demasiado depressa. Uma nuvem cor-de-rosa gigantesca (e fofa!) não é mais que um pedaço duro de açúcar colorido artificialmente. Pormenores.
Alinhar as palavras ao meio...
Para parecerem mais bonitas, melhor colocadas.
Sim.
São palavras sentadas correctamente,
no seu trono de açúcar (demasiado) cor-de-rosa.
E afinal...
Esgotam-se.
As palavras esgotam-se.
Sim! Daqui a menos de uma vida a caixa das tuas palavras ter-se-á desfeito.
Segura-las na palma da mão, e então
Percebes que estiveste sempre a dizer a mesma coisa,
de maneiras diferentes e, PIOR,
sempre da mesma maneira.
Triste, não é?
Como se não bastasse, não tens sono.
Vai lá folhear a agenda, relembrar os compromissos de amanhã, amanhã que, note-se, deverá começar cedo, quando os desenhos ainda estão a maquilhar-se nos bastidores para entrar em cena. Em cena televisiva, claro. Sim, tu nunca te levantaste cedo para ver os bonecos. Isso é mesmo... adulto. Ou então, não. Não te lembras que toda a gente crescia sempre mais depressa do que tu? Já te esqueceste daqueles momentos marcantes em que a tua mãe se aproximava de ti e dizia, compreensivamente, que ninguém crescia ao mesmo tempo e que a tua até então melhor amiga, só por acaso, por golpe fatal do destino, estava a ultrapassar-te em centímetros psicológicos. Não tem mal, não te sintas pequena. Ergue-te na tua condição de completa (e patética) anã. Ainda gostamos de ti. Vamos sempre gostar de ti, só que já não estás no contexto... adeus...
Adeus, adeus...
Que palavra tão... terminal.
Um caixote a apontar a saída.
As pessoas mudam, as vontades também.
O tempo é o melhor remédio, so they say.
Concordo.
Com o tempo mortificam-se as saudades, as tristezas, a alma.
A vontade não muda.
A vontade morre.
Não, era a brincar.
Vamos dormir descansados esta noite.
Vamos fechar a cortina, arrumar as memórias e rasgar as histórias.
Só as contamos um dia aos nossos filhos, quando elas forem perfeitamente inofensivas.
Só quando pudermos um dia rir-nos delas.
Esqueçamos que somos tudo aquilo que elas nos contaram.
Tudo nos pinta, mas o desenho deve esquecer o criador, caso contrário acabará por lhe perder o amor. (A palavra ódio é uma caixa demasiado escura e sombria) Matá-lo-á quando já nada pode ser feito - tal Dorian Gray.
Não quero ser modelo.
Não quero que as memórias tristes me pintem,
por isso sorrio.
Sorrir resolve todos os meus problemas,
formula teorias de sistemas,
conquista a tal jovem, que mora na rua da utopia maçã de baunilha,
nº who gives a damn anyway,
essa jovem chamada felicidade.
Oh, vamos sorrir - o que é que custa?
Um sorriso nunca fez mal a ninguém.
E nada como viver para esquecer a vida.
23.1.06
I don't suppose you know what's going on...
I don't.
Right. So supposing that you care would probably be way out of line.
Probably.
And asking you to do so?
Maybe.
Maybe? Is that supposed to be conclusive?
As conclusive as conclusive should be.
And if I say please?
Well that would prove your politeness,
but it wouldn't take you very far.
What would?
Not asking at all.
But not asking at all would take me nowhere... asking might...
Or may not.
Maybe.
Maybe not.
Do you realize I gave up my hopes (probably even my dreams)
for something real and eventually condemned to failure?
So you knew it was condemned
from the beginning.
Why so surprised?
from the beginning.
Why so surprised?
I guess I didn't expect it to fail long before it started...
(Dinner is on the table!!!)
So is life.
17.1.06
Não-importa-quem, menos ainda importa onde, pousou os olhos num relógio sem ponteiros que numa metade do dia, ninguém sabe qual, acusou a não-mais-existência do tempo. Despiu lentamente o casaco sem avesso, sem bolsos e sem gola, soprou as teias de aranha que o enfeitavam desde sempre, desde ontem - quando o tinha comprado com o dinheiro que não tinha encontrado nos bolsos inexistentes do casaco que ainda não era seu. Fechou os olhos enquanto se despedia daquele velho amigo que o vento arrastava ferozmente para um longe mesmo ali ao lado, enquanto a brisa suave de uma tarde (que podia também ser dia ou noite) de primavera-outono-inverno-verão os abraçava distraidamente. Não-importa-quem tinha ouvido um outro não importa quem dizer que "as pessoas não gostam do Inverno, gostam antes de se proteger dele". Não-importa-quem recusava-se a acreditar nas verdades que toda a gente e ninguém fazia questão de gritar aos quatro ventos - que na realidade deviam ser mais ainda (quase de certeza menos). Por isso se despedia agora daquele inimigo protector, da mesma forma que deixara os ventos de número indefinido e o tempo de precisão inalcançável arrastar para um perto a quilómetros de distância todos os que não importavam, mas importavam mais que qualquer outra coisa, porque nenhuma coisa importava realmente. Toda a gente e ninguém chamava-lhes "amigos", mas Não-importa-quem não se importava. Não queria dar nomes a não-importa-quens. Preferia dar nomes a não-importa-quês... àqueles não-importa-quês que caíam das nuvens... as pequenas (enormes) gotas de chuva que agarrava nas mãos frágeis e que logo se quebravam com o peso da água. Não-importa-quem erguia a face para o céu, para sentir a brancura de mil flocos de neve derreter na ponta do seu nariz, colar-se às suas pestanas e encharcar os fios de cabelo que repousavam sobre os ombros, livres do peso do casaco sem avesso, sem bolsos e sem gola. Não-importa-quem sentia os dedos dos pés congelar com o calor do Sol que acabava de acordar, naquela bela manhã/tarde/noite de verão-primavera-inverno-outono, às tantas horas, horas que ninguém sabe, que ninguém pergunta porque todos os relógios estão avariados e a funcionar na perfeição. Não-importa-quem não se protege do frio. Não-importa-quem quer senti-lo, deixar que ele percorra a sua pele, que a desfaça suavemente até chegar bem perto da pobre alma pintada de prata, que se esqueceu de como é ser ingrata... e de sentir, também.
13.1.06
"
Please be philosophical
Please be tapped into your femininity
Please be able to take the wheel from me
Please be crazy and curious
Papa love your princess so that she will find loving princes familiar
Papa cry for your princess so that she will find gentle princes familiar
Please be a sexaholic
Please be unpredictably miserable
Please be self absorbed much (not the good kind)
Please be addicted to some substance
Papa listen to your princess so that she will find attentive princes familiar
Papa hear your princess so that she will find curious princes familiar
Please be the jerk of my knee I've fit you always
You finish my sentences I think I love you
What is your name again?!
No matter i'm guessing your thoughts again correctly and I love the way you press my
buttons so much sometimes I could strangle you
Papa laugh with your princess so that she will find funny princes familiar
Papa respect your princess so that she will find respectful princes familiar
Please be strangely enigmatic
Please be just like my...
Please be philosophical
Please be tapped into your femininity
Please be able to take the wheel from me
Please be crazy and curious
Papa love your princess so that she will find loving princes familiar
Papa cry for your princess so that she will find gentle princes familiar
Please be a sexaholic
Please be unpredictably miserable
Please be self absorbed much (not the good kind)
Please be addicted to some substance
Papa listen to your princess so that she will find attentive princes familiar
Papa hear your princess so that she will find curious princes familiar
Please be the jerk of my knee I've fit you always
You finish my sentences I think I love you
What is your name again?!
No matter i'm guessing your thoughts again correctly and I love the way you press my
buttons so much sometimes I could strangle you
Papa laugh with your princess so that she will find funny princes familiar
Papa respect your princess so that she will find respectful princes familiar
Please be strangely enigmatic
Please be just like my...
"
Princes Familiar, Alanis Morissete
10.1.06
Escrevo. Muito. Tanto! Demasiado? Não. Sim. Talvez. Porquê?
Não faças perguntas.
Não fales. Fala em silêncio.
Fala em silêncio enquanto eu escrevo sem palavras, escrevo. Muito. Tanto! Nunca demasiado...
Escrevo abandonada à companhia da minha glossolalia e do teu olhar que me persegue à distância da presença.
Escrevo por sinais, por claves e colcheias, por suspiros e teias de aranha...
Escrevo por tudo e por nada, apenas para ficar acordada, para morrer de sono a seguir.
Não fales. Escreve.
Deixa-me ler nos teus pensamentos (mera projecção dos meus).
Senta-te a meu lado
e
deixa que me abraçe a pobreza das tuas palavras, a riqueza do teu silêncio...
Não faças.
Barulho.
Escreve. Eu escrevo. Tu escreves. Ele não interessa.
Se é que interessa alguma coisa, é o teu "eu" e o meu...
Não, não somos nós.
Tu. Eu.
Eu. Tu.
Nós não escrevemos. Ainda que eu agarre na tua mão para escrever com a minha.
Eu escrevo. E tu também. Sozinhos. Porque o perto é demasiado distante.
Mas não te vás embora.
Não suporto a tua proximidade.
Mas sinto a falta da tua incómoda presença.
Diz que não me deixas sozinha...
perturba o silêncio só para dizeres que não o perturbarás nunca mais...
Fica mais um bocadinho longe de mim.
É o meu silêncio que to implora e te manda embora logo a seguir.
Fica até o infinito acabar...
(mas só se partires antes que ele possa começar)
Não faças perguntas.
Não fales. Fala em silêncio.
Fala em silêncio enquanto eu escrevo sem palavras, escrevo. Muito. Tanto! Nunca demasiado...
Escrevo abandonada à companhia da minha glossolalia e do teu olhar que me persegue à distância da presença.
Escrevo por sinais, por claves e colcheias, por suspiros e teias de aranha...
Escrevo por tudo e por nada, apenas para ficar acordada, para morrer de sono a seguir.
Não fales. Escreve.
Deixa-me ler nos teus pensamentos (mera projecção dos meus).
Senta-te a meu lado
e
deixa que me abraçe a pobreza das tuas palavras, a riqueza do teu silêncio...
Não faças.
Barulho.
Escreve. Eu escrevo. Tu escreves. Ele não interessa.
Se é que interessa alguma coisa, é o teu "eu" e o meu...
Não, não somos nós.
Tu. Eu.
Eu. Tu.
Nós não escrevemos. Ainda que eu agarre na tua mão para escrever com a minha.
Eu escrevo. E tu também. Sozinhos. Porque o perto é demasiado distante.
Mas não te vás embora.
Não suporto a tua proximidade.
Mas sinto a falta da tua incómoda presença.
Diz que não me deixas sozinha...
perturba o silêncio só para dizeres que não o perturbarás nunca mais...
Fica mais um bocadinho longe de mim.
É o meu silêncio que to implora e te manda embora logo a seguir.
Fica até o infinito acabar...
(mas só se partires antes que ele possa começar)
Não, não quero que me apertes nos teus braços,
nem que me percas nos dóceis traços do amor ou de outra coisa qualquer...
Deixa-me morar no desenlace do teu abraço, respirar o aroma do cansaço
e ser tua, sem nunca ser...
Deixa-me voar. Voa comigo. Deixa-me encontrar em ti um amigo e não uma prisão de cordel...
Não perguntes.
Não fales.
Escreve.
Na minha doce imaginação de papel... (e chocolate)
6.1.06
I was born to do it... (I know it)
But I'm so damn terrified of actually doing it...
Seems easy to you, (I know) to me too...
So simple...
Just let go...
Get up there and do what you gotta do.
Don't say you can't
Just sing, what's the big deal?
Why can't you just do it...
Don't you love it or something like that?
Totally.
Completely.
Absolutely.
I want my security blanket =)
7.12.05
Eu. Eu vi. Eu vi-te. A ti, que não és eu. Eu vi-te. Caminhavas calma e distraidamente para ti mesmo, para o teu mundo. Esse mundo donde costumavas contemplar disfarçadamente o meu, como se nele o teu reconhecesses. Por momentos. Para sempre. E o tempo não existia durante aqueles breves momentos... Os breves momentos em que o teu mundo aterrava no meu, pousava na frágil pista de aterragem, quebrava o teu tapete mágico, para que não pudesses voltar a partir. Nunca mais.
E houve nunca mais. O nunca mais que eu nunca mais queria, mas nunca mais deixa de se atravessar no meu caminho, desde que nunca mais me lembro. Não sei onde pousas os teus olhos. Não sei onde se aloja o teu mundo agora. Pensava que era tua mãe a minha imaginação. Julguei ter-te inventado sem perceber. Mas existes. Não sei se preferia ter-te só no meu mundo e nunca num outro... se me contento c0m o simples facto de existires... em todo o lado... bem longe do canto onde me sento e contemplo tudo menos o remoto horizonte de um sorriso. De um sorriso inspirado por mais que a teimosia insistente em não derramar uma única lágrima...
Por algo mais que o aborrecimento de não existir nada melhor para fazer...
Eu.
Eu vi.
Eu vi-te.
Tu não olhaste... ver?! o que é isso?
E houve nunca mais. O nunca mais que eu nunca mais queria, mas nunca mais deixa de se atravessar no meu caminho, desde que nunca mais me lembro. Não sei onde pousas os teus olhos. Não sei onde se aloja o teu mundo agora. Pensava que era tua mãe a minha imaginação. Julguei ter-te inventado sem perceber. Mas existes. Não sei se preferia ter-te só no meu mundo e nunca num outro... se me contento c0m o simples facto de existires... em todo o lado... bem longe do canto onde me sento e contemplo tudo menos o remoto horizonte de um sorriso. De um sorriso inspirado por mais que a teimosia insistente em não derramar uma única lágrima...
Por algo mais que o aborrecimento de não existir nada melhor para fazer...
Eu.
Eu vi.
Eu vi-te.
Tu não olhaste... ver?! o que é isso?
Acabo por fazer sempre a mesma coisa.
Abro a janela e deixo escapar os pensamentos, em forma de palavras.
E acabo sempre a falar das palavras, e dos pensamentos, numa meta-linguagem interminável que circula à minha volta e consome o que não quero guardar, mas não consigo abandonar...
Tentas compreender.
Eu agradeço silenciosamente o teu esforço,
mas não me surpreendo com o teu inevitável fracasso.
Vejo nele todos os meus.
Reconheço o caminho que conduz incontornavelmente a lugar nenhum...
a uma ideia...
a outras tantas...
enquanto a verdade troça presunçosamente da minha incapacidade de a alcançar.
Que importa alcançá-la? Importa sequer tentar? Importa alguma coisa?
Nem sei de que cor pintar as mentiras que conto aos olhos que as vislumbram em verdade, que as forçam a ser algo que não são, porque o que é não chega.
Queria pintá-las de nada, queria pintá-las de tudo.
Queria encontrar qualquer cor que fizesse sentido, que lhes desse sentido, o sentido que elas não podem nunca ter... se não para mim, para ti?!
Apago-as outra vez.
Como faço sempre.
Escrevo-as outra vez.
Como é costume.
Não digo nada do que quero dizer.
E novamente não consigo ser quem sou, mas não sei ser outra coisa.
Não suporto as minhas palavras.
Não suporto não ter outras.
Porque tentas tu compreender o que eu não consigo?
Perguntas-me se tens razão, mas eu não sei...
Perguntas-me se é verdade, mas eu não te posso dar algo que não é meu... que não conheço.
E não posso conhecer a verdade. E não quero.
Como é doce a ignorância...
quão amarga a rapidez com que o pretenso conhecimento nos invade.
Dir-te-ia para me deixares em paz, se soubesse o que a paz é...
Dir-te-ia a verdade, se soubesse qual ela é...
Não sei.
Conto-te as mentiras que o mundo me desperta, com que a imaginação se delicia e a tristeza abranda...
Por vezes... acelera!
A pulsação corre veloz e imparável!
Estarei perto da verdade?! Terá, finalmente, chegado a hora?!
Ah, és tu mentira... confundi-te por momentos com... deixa lá... não importa...
Se eu soubesse...
Se eu quisesse saber...
Se ao menos eu desejasse que tu descobrisses...
Ou podias tu descobrir em vez de mim... e depois contar-me!
Tenho saudades de ouvir histórias antes de adormecer...
de ouvir o bater de um outro coração,
de sentir um respirar dissonante do meu...
de alguém a fazer festas no meu cabelo...
a apagar o cheiro que ele tem a sonhos desfeitos...
(e não a shampoo de pêssego!)
a lembrar-me os que consegui alcançar...
a encorajar-me a lutar pelos que me falta ainda coleccionar...
Tenho saudades de conhecer uma vida qualquer além da que carrego comigo...
Ouvir de perto outros pensamentos, menos barulhentos que os meus... menos silenciosos que os da multidão...
Canta para mim
Fala-me dos teus sonhos
Pergunta-me pelos meus para que eu te diga que não interessam
(para me convencer de mais uma mentira)
Canta comigo
uma canção sem melodia,
sem letra, sem percurssão...
feita de ti e de mim,
do simples bater do coração.
Abro a janela e deixo escapar os pensamentos, em forma de palavras.
E acabo sempre a falar das palavras, e dos pensamentos, numa meta-linguagem interminável que circula à minha volta e consome o que não quero guardar, mas não consigo abandonar...
Tentas compreender.
Eu agradeço silenciosamente o teu esforço,
mas não me surpreendo com o teu inevitável fracasso.
Vejo nele todos os meus.
Reconheço o caminho que conduz incontornavelmente a lugar nenhum...
a uma ideia...
a outras tantas...
enquanto a verdade troça presunçosamente da minha incapacidade de a alcançar.
Que importa alcançá-la? Importa sequer tentar? Importa alguma coisa?
Nem sei de que cor pintar as mentiras que conto aos olhos que as vislumbram em verdade, que as forçam a ser algo que não são, porque o que é não chega.
Queria pintá-las de nada, queria pintá-las de tudo.
Queria encontrar qualquer cor que fizesse sentido, que lhes desse sentido, o sentido que elas não podem nunca ter... se não para mim, para ti?!
Apago-as outra vez.
Como faço sempre.
Escrevo-as outra vez.
Como é costume.
Não digo nada do que quero dizer.
E novamente não consigo ser quem sou, mas não sei ser outra coisa.
Não suporto as minhas palavras.
Não suporto não ter outras.
Porque tentas tu compreender o que eu não consigo?
Perguntas-me se tens razão, mas eu não sei...
Perguntas-me se é verdade, mas eu não te posso dar algo que não é meu... que não conheço.
E não posso conhecer a verdade. E não quero.
Como é doce a ignorância...
quão amarga a rapidez com que o pretenso conhecimento nos invade.
Dir-te-ia para me deixares em paz, se soubesse o que a paz é...
Dir-te-ia a verdade, se soubesse qual ela é...
Não sei.
Conto-te as mentiras que o mundo me desperta, com que a imaginação se delicia e a tristeza abranda...
Por vezes... acelera!
A pulsação corre veloz e imparável!
Estarei perto da verdade?! Terá, finalmente, chegado a hora?!
Ah, és tu mentira... confundi-te por momentos com... deixa lá... não importa...
Se eu soubesse...
Se eu quisesse saber...
Se ao menos eu desejasse que tu descobrisses...
Ou podias tu descobrir em vez de mim... e depois contar-me!
Tenho saudades de ouvir histórias antes de adormecer...
de ouvir o bater de um outro coração,
de sentir um respirar dissonante do meu...
de alguém a fazer festas no meu cabelo...
a apagar o cheiro que ele tem a sonhos desfeitos...
(e não a shampoo de pêssego!)
a lembrar-me os que consegui alcançar...
a encorajar-me a lutar pelos que me falta ainda coleccionar...
Tenho saudades de conhecer uma vida qualquer além da que carrego comigo...
Ouvir de perto outros pensamentos, menos barulhentos que os meus... menos silenciosos que os da multidão...
Canta para mim
Fala-me dos teus sonhos
Pergunta-me pelos meus para que eu te diga que não interessam
(para me convencer de mais uma mentira)
Canta comigo
uma canção sem melodia,
sem letra, sem percurssão...
feita de ti e de mim,
do simples bater do coração.
18.11.05
Sabes como é? Quando tens muito para dizer e nem sabes por onde começar? Quando as tuas palavras, não as reconheces como tal? Quando elas dizem tudo menos o que queres que elas digam? Quando te falha a vontade de as fazer obedecer a qualquer coisa que te é igualmente estranha mas que te mostra a ti mesma como te queres ver... ainda que não saibas que queres, ou o que queres, ou que não queres nada?! Às vezes não te apetece rasgá-las, trancá-las fora de ti, deixar de senti-las ou a quaisquer outras, ainda que sintas apenas a estranheza de não ver nelas...? Há alguma coisa para ver? São só palavras. Escreve-as. Apaga-as. Para que as escreves se as queres apagar?
Já nem o escrever sinto. Não é meu. E o que dá vida às
minhas palavras, a ponte que desfaz o abismo que nos
separa...? Pequenos quadrados de plástico... sem cor,
sem toque, sem vida... pequenos pedaços de um nada que nem nada é... até o nada tem vida, até o nada...
Triste ponte feita de menos de nada é quem carrega as minhas palavras e
as torna aquilo que elas são...
e assim deixam elas de ser quem eu sou. Seja eu quem for.
Mas fazes-me falta, sabes? Contemplar-te na tua indiferença, ser perturbada pelo ruído do teu silêncio.
Não, não me importo.
Passo o tempo á espera do momento em que deixas de morar em mim
e vens morar comigo neste esboço ingénuo de mundo...
Mas dói o teu silêncio. Ou o vazio das poucas palavras que te ouço...
Porque sei que são tão tuas como
minhas as que estranho...
Se assim é, deixa antes o teu silêncio dar-me a mão... faz-me mais companhia que os diálogos ensurdecedores da multidão...
E quando não estás... sinto-te mais que ao próprio corpo que trago cosido
à alma que o rejeita...
Rebento os pontos...
Rasgo a pele.
Nada me importa.
Mas vivo de tudo.
Vivo do teu silêncio, que é tudo o que me dás. Os gritos que me afligem no leve sussurrar dos teus olhos...
Queres salvar a minha alma?
Deixa-me salvar a tua...
29.10.05
Hoje...
Hoje é um daqueles dias...
Um daqueles momentos em que os pensamentos não conseguem deixar de ser aquilo que são...
Sussurram suave mas sempre implacavelmente um "desculpa"...
e continuam a sua dança sobre sonolentas pontas de pés...
Fingem não querer incomodar-me...
mas adormecem por segundos... e caem redondos no chão...
A cada passo que dão
Estes pensamentos meus...
Estendo-lhes a mão, nunca o coração,
Que o coração não o estendo a ninguém
Dou-o inteiro para o mal e para o bem... e para o mal e para o bem não o recebo de volta.
Ergo-os do chão,
estes pensamentos que em vão tento adormecer ao meu lado...
Peço-lhes que me deixem descansar, que me deixem não pensar
Por um segundo que seja...
"Não! Queremos dançar!..."
Dizem enquanto rodopiam pelo ar
E aterram pesadamente no palco da consciência
Tão cansada de cantar
A melancólica melodia que, ao amar,
Deseja nada mais que o cessar da existência
Destes pensamentos que são meus...
Abandona-me agora...
como tudo o resto não demora...
Deixa o silêncio entrar, sem bater à porta...
Deixa-o aconchegar o sono da alma morta de tanto viver...
Mas logo um sopro de vida a alenta
Ela que de vida é sedenta,
Ela que em mim é razão...
E que ao dormir me aconchega nos braços
Apaga os tempos e os espaços...
Pois a música que me embalar
Quando o meu descanso chegar
Será nada mais que o bater do coração...
Do coração que em mim trago, do coração que sempre carrego...
Até ao fim...
Enquanto houver vida em mim.
Hoje é um daqueles dias...
Um daqueles momentos em que os pensamentos não conseguem deixar de ser aquilo que são...
Sussurram suave mas sempre implacavelmente um "desculpa"...
e continuam a sua dança sobre sonolentas pontas de pés...
Fingem não querer incomodar-me...
mas adormecem por segundos... e caem redondos no chão...
A cada passo que dão
Estes pensamentos meus...
Estendo-lhes a mão, nunca o coração,
Que o coração não o estendo a ninguém
Dou-o inteiro para o mal e para o bem... e para o mal e para o bem não o recebo de volta.
Ergo-os do chão,
estes pensamentos que em vão tento adormecer ao meu lado...
Peço-lhes que me deixem descansar, que me deixem não pensar
Por um segundo que seja...
"Não! Queremos dançar!..."
Dizem enquanto rodopiam pelo ar
E aterram pesadamente no palco da consciência
Tão cansada de cantar
A melancólica melodia que, ao amar,
Deseja nada mais que o cessar da existência
Destes pensamentos que são meus...
Abandona-me agora...
como tudo o resto não demora...
Deixa o silêncio entrar, sem bater à porta...
Deixa-o aconchegar o sono da alma morta de tanto viver...
Mas logo um sopro de vida a alenta
Ela que de vida é sedenta,
Ela que em mim é razão...
E que ao dormir me aconchega nos braços
Apaga os tempos e os espaços...
Pois a música que me embalar
Quando o meu descanso chegar
Será nada mais que o bater do coração...
Do coração que em mim trago, do coração que sempre carrego...
Até ao fim...
Enquanto houver vida em mim.
22.10.05
Oh, mas porque é que escreves?
Tens alguma ideia de uma coisa melhor para fazer?
Tenho. Por acaso tenho várias! Que tal... olhar para o tecto? Ou perder horas de consciência em frente à televisão? Não viste aquela reportagem sobre a "geração media"? Pois bem... fazes parte dela! Apropria-te dos teus direitos e não te dês ao trabalho de pensar... Já ninguém faz isso. Porque é que tu hás-de fazer?
Porque prefiro ser ninguém a ser toda a gente.
Siim, claro. Tens sempre que ser especial...
Eu sou especial. Toda a gente é... por isso, porquê tentarmos ser todos iguais? Ainda não percebemos que é impossível?
Não só não é impossível, como é provável... como diz o stor de Semiótica "Neste mundo, abunda a carneirada"... quem não segue o rebanho é uma ovelha perdida... e que piada tem estar perdido?
E achas que assim nos encontramos uns aos outros? Ou a nós
próprios?
Não, não! Essas tretas filosóficas outra vez não, por favor... não há paciência...
Talvez seja esse o problema. Nunca há paciência para nada.
Dá tudo muito trabalho... é tudo demasiado incómodo.
Pensar. Lutar. Sentir. Viver.
Demora tudo demasiado tempo, e nós nunca temos tempo...
E se abrandamos, corremos o risco de nos afastar do rebanho,
desse rebanho a que nos apegamos mais do que a nós mesmos,
do que à própria vida.
Vou-te explicar: se não estivéssemos apegados à vida, estaríamos mortos. Todo o apego que temos que lhe ter é só o necessário para que não nos fuja das mãos!
Mas isso não é vida! Isso é sobrevivência! À sobrevivência
dedicam-se os animais, que só possuem capacidade para tal,
e mesmo eles vivem melhor do que nós! Não se trata de
sobreviver. Trata-se de viver além da sobrevivência!
Tens noção que quem quer que esteja a ler isto irá, ou desistir a meio, ou dar-te o número de um psiquiatra, certo? Isto não representa uma novidade para ti... pois não?
Oh, deixa-os recomendar-me todos os médicos e mais alguns...
Achas mesmo que isso me preocupa? Mal de mim se a minha
felicidade dependesse do que os outros acham que eu devo ou não
fazer... Mal de mim se me preocupasse se vão ou não ler todos
estes disparates! Apetece-me escrevê-los! Daqui a um minuto
posso revoltar-me contra as minhas próprias palavras, mas são
minhas, insanas ou lúcidas, poéticas ou objectivas, espontâneas ou
pensadas! Mas não, não as quero pensar...
Eñtão dás-me razão... não vale a pena pensar! Nem sentir, por essa ordem de ideias! Quanto mais pensas mais te apercebes de que nada faz sentido, quanto mais sentes mais o teu coração se cansa e consome... mais te doem as horas, mais te entristece o dia, mais preferes estar a dormir que acordado, porque a consciência é afinal a grande maldição do homem... Oh, vai ver televisão!!...
Assusta-me mais poder um dia não sentir, que toda a dor que a
minha alma suporta carregar, e mais alguma! Pergunta-me se a
quero? Não a quero, pois! Quem quer a dor afinal?! Mas ela é tão
tua como a felicidade... mil vezes mais tua que esse rebanho que
persegues cegamente... estupidamente... só porque dói mais
pensar! Talvez em última instância nada faça sentido... mas até
o nada me preenche, quando só a mim tenho por companhia...
Ainda assim... prefiro estar sozinha a seguir a "carneirada"...
Houve alguém que me disse há pouco tempo, que escrevia muito,
que era demasiado subjectiva, que me perdia no raciocínio... mas não
perco... peço desculpa se a ti, que lês as minhas palavras, não posso
levar comigo a percorrer a imensidão tão minha dos pensamentos
que me inundam... mas deixar de ser eu, para que me percebas?
Não, isso não posso fazer... e não posso porque não quero. Quero ser
eu... não por falta d paciência para ser outra coisa, mas por ter
demasiado amor ao que não pode ser de outra maneira.
Ver televisão?! Para quê?! A minha vida é um filme... (sem a
publicidade chata)
Tens alguma ideia de uma coisa melhor para fazer?
Tenho. Por acaso tenho várias! Que tal... olhar para o tecto? Ou perder horas de consciência em frente à televisão? Não viste aquela reportagem sobre a "geração media"? Pois bem... fazes parte dela! Apropria-te dos teus direitos e não te dês ao trabalho de pensar... Já ninguém faz isso. Porque é que tu hás-de fazer?
Porque prefiro ser ninguém a ser toda a gente.
Siim, claro. Tens sempre que ser especial...
Eu sou especial. Toda a gente é... por isso, porquê tentarmos ser todos iguais? Ainda não percebemos que é impossível?
Não só não é impossível, como é provável... como diz o stor de Semiótica "Neste mundo, abunda a carneirada"... quem não segue o rebanho é uma ovelha perdida... e que piada tem estar perdido?
E achas que assim nos encontramos uns aos outros? Ou a nós
próprios?
Não, não! Essas tretas filosóficas outra vez não, por favor... não há paciência...
Talvez seja esse o problema. Nunca há paciência para nada.
Dá tudo muito trabalho... é tudo demasiado incómodo.
Pensar. Lutar. Sentir. Viver.
Demora tudo demasiado tempo, e nós nunca temos tempo...
E se abrandamos, corremos o risco de nos afastar do rebanho,
desse rebanho a que nos apegamos mais do que a nós mesmos,
do que à própria vida.
Vou-te explicar: se não estivéssemos apegados à vida, estaríamos mortos. Todo o apego que temos que lhe ter é só o necessário para que não nos fuja das mãos!
Mas isso não é vida! Isso é sobrevivência! À sobrevivência
dedicam-se os animais, que só possuem capacidade para tal,
e mesmo eles vivem melhor do que nós! Não se trata de
sobreviver. Trata-se de viver além da sobrevivência!
Tens noção que quem quer que esteja a ler isto irá, ou desistir a meio, ou dar-te o número de um psiquiatra, certo? Isto não representa uma novidade para ti... pois não?
Oh, deixa-os recomendar-me todos os médicos e mais alguns...
Achas mesmo que isso me preocupa? Mal de mim se a minha
felicidade dependesse do que os outros acham que eu devo ou não
fazer... Mal de mim se me preocupasse se vão ou não ler todos
estes disparates! Apetece-me escrevê-los! Daqui a um minuto
posso revoltar-me contra as minhas próprias palavras, mas são
minhas, insanas ou lúcidas, poéticas ou objectivas, espontâneas ou
pensadas! Mas não, não as quero pensar...
Eñtão dás-me razão... não vale a pena pensar! Nem sentir, por essa ordem de ideias! Quanto mais pensas mais te apercebes de que nada faz sentido, quanto mais sentes mais o teu coração se cansa e consome... mais te doem as horas, mais te entristece o dia, mais preferes estar a dormir que acordado, porque a consciência é afinal a grande maldição do homem... Oh, vai ver televisão!!...
Assusta-me mais poder um dia não sentir, que toda a dor que a
minha alma suporta carregar, e mais alguma! Pergunta-me se a
quero? Não a quero, pois! Quem quer a dor afinal?! Mas ela é tão
tua como a felicidade... mil vezes mais tua que esse rebanho que
persegues cegamente... estupidamente... só porque dói mais
pensar! Talvez em última instância nada faça sentido... mas até
o nada me preenche, quando só a mim tenho por companhia...
Ainda assim... prefiro estar sozinha a seguir a "carneirada"...
Houve alguém que me disse há pouco tempo, que escrevia muito,
que era demasiado subjectiva, que me perdia no raciocínio... mas não
perco... peço desculpa se a ti, que lês as minhas palavras, não posso
levar comigo a percorrer a imensidão tão minha dos pensamentos
que me inundam... mas deixar de ser eu, para que me percebas?
Não, isso não posso fazer... e não posso porque não quero. Quero ser
eu... não por falta d paciência para ser outra coisa, mas por ter
demasiado amor ao que não pode ser de outra maneira.
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