17.1.06

Não-importa-quem, menos ainda importa onde, pousou os olhos num relógio sem ponteiros que numa metade do dia, ninguém sabe qual, acusou a não-mais-existência do tempo. Despiu lentamente o casaco sem avesso, sem bolsos e sem gola, soprou as teias de aranha que o enfeitavam desde sempre, desde ontem - quando o tinha comprado com o dinheiro que não tinha encontrado nos bolsos inexistentes do casaco que ainda não era seu. Fechou os olhos enquanto se despedia daquele velho amigo que o vento arrastava ferozmente para um longe mesmo ali ao lado, enquanto a brisa suave de uma tarde (que podia também ser dia ou noite) de primavera-outono-inverno-verão os abraçava distraidamente. Não-importa-quem tinha ouvido um outro não importa quem dizer que "as pessoas não gostam do Inverno, gostam antes de se proteger dele". Não-importa-quem recusava-se a acreditar nas verdades que toda a gente e ninguém fazia questão de gritar aos quatro ventos - que na realidade deviam ser mais ainda (quase de certeza menos). Por isso se despedia agora daquele inimigo protector, da mesma forma que deixara os ventos de número indefinido e o tempo de precisão inalcançável arrastar para um perto a quilómetros de distância todos os que não importavam, mas importavam mais que qualquer outra coisa, porque nenhuma coisa importava realmente. Toda a gente e ninguém chamava-lhes "amigos", mas Não-importa-quem não se importava. Não queria dar nomes a não-importa-quens. Preferia dar nomes a não-importa-quês... àqueles não-importa-quês que caíam das nuvens... as pequenas (enormes) gotas de chuva que agarrava nas mãos frágeis e que logo se quebravam com o peso da água. Não-importa-quem erguia a face para o céu, para sentir a brancura de mil flocos de neve derreter na ponta do seu nariz, colar-se às suas pestanas e encharcar os fios de cabelo que repousavam sobre os ombros, livres do peso do casaco sem avesso, sem bolsos e sem gola. Não-importa-quem sentia os dedos dos pés congelar com o calor do Sol que acabava de acordar, naquela bela manhã/tarde/noite de verão-primavera-inverno-outono, às tantas horas, horas que ninguém sabe, que ninguém pergunta porque todos os relógios estão avariados e a funcionar na perfeição. Não-importa-quem não se protege do frio. Não-importa-quem quer senti-lo, deixar que ele percorra a sua pele, que a desfaça suavemente até chegar bem perto da pobre alma pintada de prata, que se esqueceu de como é ser ingrata... e de sentir, também.

3 comentários:

Anónimo disse...

ganda patusca...simplesmente confuso...lol e pk a complicacao é d uma simplicidade mt grande...d certeza k tem prai uma coisa simples...mas c n sei,tlvz,kuase d certeza absoluta sem duvidas =P k ha ai algo mt simples k consegues esconder mt bem c exe texto perfeito e xeio d imperfeicoes k conseguist fzr,mas n completast e pedist a alguem k o acabaxe...o texto em si n faz sentido,tlvz tenha logica e ate tem nexo...mas cm o leio,paxando uma vista d olhos,kuase o ignorando e sem olhar pa ele...n m apercebo... =P ixo é fixe =D
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D@s Pl3ktrüm-/v\ädch3n disse...

loool =P patusco ao poder... depois da célebre frase "É sempre mau quando os bichos que comemos estão doentes", mais uma grande quote =P acho k podems escrever um livro um dia destes... só com as frases geniais do grupo do desastre =P hehe * * *

StupiDreamer disse...

o que é melhor:não sentir ou sentir demais?bem..não se importaré sempre mais fácil.sentir e não s eimportar seria o melhor.eu não tnehor elógio :D
:P* gostei ;)