9.11.08

once upon a time in Russia...

(sigh)

I wonder if it is possible to live only by ideas.

Maybe I could breath ideas,

eat ideas,

drink ideas,

sleep on a fluffy pillow-idea.

And when I'd wake up the sun would be an idea and so would the moon...

but not the trees.

Maybe if I would stare at a tree long enough I'd scare all of my ideas away.

I'd be blank and deprived of any inclination to make it not so.

I wouldn't even be disappointed - for disappointment too is an idea.

If I have no ability to imagine a tree,

Maybe I can finally breath air and feel truly free.

.

P.S.- I have no idea who you are. And it's fine by me that it doesn't matter anymore.

2.11.08

(The World is too unreachable
for you to stand
still.)

25.10.08

Quero ficar mais um bocadinho naquela sala escura a ver o
Douro passar em frente à máquina de filmar do Oliveira.
1932.
E demorar naquela sala onde o silêncio é só a projecção
e o barulho contido da água a correr.
Até 2032.
E se os Maias tiverem razão e o mundo acabar mesmo
em 2012...
Desde que acabe sempre em dois e
eu fique a fazer companhia ao cinema,
está tudo bem.

23.10.08

há tanta coisa que quero escrever. a sério. às vezes venho no metro a redigir mentalmente meia dúzia de disparates que sei que devia anotar, mas ainda não comprei aquele caderninho maravilha - um dos que andam aí a pontapés nas papelarias e que segundo consta é igual ao que o hemingway usava - que ando a namorar (como quem tem casamento marcado contra a própria vontade) há meses. não me faltam as folhas de papel. falta o compromisso. não era suposto ser assim, mas se não for já sei que não é de maneira nenhuma. de resto, tenho pelo menos mais três cadernos onde era suposto escrever as minhas músicas - as páginas ainda estão em branco, mas a nota de intenções é tácita e vai comigo para todo o lado. já nem sei quantos projectos mal-começados-quanto-mais-acabados tenho a fazer torre dentro da gaveta. um dia destes ponho mãos à obra. mas hoje ainda não. falta qualquer coisa. a vida não está suficientemente arrumada para poder finalmente desarrumar a Vida e ver o que tenho andado a perder. também nem sei se esse é o meu sonho. nem sei se concretizá-lo não é uma contradição. se é sonho é sonho, é poder sonhar e não ter que parar nunca. hoje, quando acordei, fiquei quase meia hora deitada com a cabeça aos pés da cama a inventar uma canção que sei que devia ter gravado, porque me vou esquecer dela. lembro-me que era sobre ti, e sobre como cheiras a terra molhada quando estás pensativo. mas não, não era nenhuma canção de amor. eu nem sei o que isso é. e tu és daquelas pessoas que sabe a história mas não tem paciência para a contar. se ao menos ela não fosse quase só essa paciência...
'it's just that it's on the tip of your tongue and
you're so silent...'

19.10.08

She sailed all the way into the city lights.

And nobody cared if she was too young to be living that life.

She didn't know how far 'too late' was.

And she had too many 'too late's stored in the back of her mind.

29.9.08

alta tensão contra céu azul.

28.9.08

I must be a thousand people - or more. I want to do something - for a little while -, then do something completely different - not for long. I don't want to have enough time to get sick of whatever, I want to not bore myself to death. In your eyes I am clueless, in my spirit I am truly clueful - and both our heads confused by what our eyes/spirits see/feel. If I want it all, maybe I want nothing, not really, most certainly will get nothing if I chase everything at the same time. But when's the right time for what? I want to be me, and to look into your eyes and see that you see what I can't see but through them. I want to sit beside you and enjoy who you are. I don't know why it is so important, but it is. I don't know why you are so important, but you won't leave. You stick around, certainty I could so very much do without. I'm sure I want to wake up now. Even if you're nothing like what I imagined. It won't tear me apart. You are neither better nor worse. Just real. I'm giving my thumbs up to reality.

Don't change your mind. You'll find that things are the way they are and that's all there is to it. There's no other place besides now, no other time besides here. And here and now you must grow up to become who you've always been.

.

Oh yes. I'm mocking the serious life I'm supposed to be living.

23.9.08

As I recognize you I'm praying to myself 'God bless you'. I shall never have you - like I never had you - again. Whatever prayer is, it is always to yourself. Sounds like something you would say. Sounds like something I should sing about one day. When that day comes, I want you to be sitting in a chair right in front of me, listening to me for the first time while I bid you that more-than-dued-farewell. My feet do keep itching for me to go places, still I got one of them stuck in your door. And you don't even live there anymore. I would burn it down, but I need that foot. And I would shoot you down too, but I need that heart you stole from me.
God bless you for stealing it.

21.9.08



story of a family.





16.9.08

'Wish you were here', dos Fleetwood Mac.

Essa era a vossa música, disseste. E eu lembrei-me da história que me repetiste já tantas vezes, sempre como se fosse a primeira. Nunca me canso de a ouvir. E volta e meia, quando desisto de acreditar no amor, antes de desistir corro para a gaveta e leio todas aquelas cartas que o pai te escreveu. Sou parecida com ele, estás sempre a dizer. Mas também sou parecida contigo. E quero guardar dentro de mim um pedaçinho desse grande amor que vocês viveram. Porque fui esse amor antes de ser qualquer outra coisa.

14.9.08

The song is over

&

done.

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But I can still hear the music.

7.9.08

Faz-me lembrar aqueles verões no sul de França.


Aqueles que ainda lá não passei.

















.

.

.



- Say, do you have enough room in your pockets



for all of those dreams?



- Well yes I do, sir. You see, I'm like a kangaroo. And my entire body is a pocket for the million dreams I dream on a daily basis.

6.9.08

Ri.

Chora.

Agora diz qualquer coisa como se o sentisses mesmo.
Recita um poema qualquer, como se fosse água a ferver que te escorrega pela garganta abaixo, queima.
Chá de
jasmim. Acabadinho de fazer.

Não te esqueças da pontuação.

Quando for vírgula, franze ligeiramente o sobrolho.

No ponto final, deixa que o teu olhar desamparado faça tombar-me o vestido aos pés. Ele tem um cair bonito. Fica-lhe bem.

E a ti fica-te bem seres tão humano.

[Fica-te bem e não sai particularmente caro ao bolso do comum espectador.]

1.9.08








Pequeno



grande
conto de fadas.



Quero que sejas morada dos meus sonhos.

31.8.08

ler aquelas palavras outra vez.
todos os dias.

para me lembrar que faz sentido.

(mas se faz mesmo, porque é que dura tão pouco tempo senti-lo?)

27.8.08

será que vai começar tudo outra vez?

será que vamos ter outro primeiro dia
(como aquele primeiro dia),
um novo ciclo que feche o ponto de chegada no ponto de partida
e que os funda e confunda num último desejo de voltar atrás
e fazer tudo diferente?
mas não.
não poderia ter sido de outra maneira.
se pudesse,
teria sido.
mas outras teriam sido também as lembranças,
outros os arrependimentos.

agora começa outro filme.
ligeiramente mais assustador, adivinho.
sem pipocas à entrada, sem grupos de amigos a conversar animadamente
enquanto se espera pela hora marcada no bilhete.
bilhete, onde raio pus a porcaria do bilhete?
cá fora há só frio. incerteza.
dois ou três intelectuais com o mesmo penteado, a mesma cor na armação dos óculos, o mesmo olhar por detrás deles também.

...
quando acordei era tão parecida comigo...
agora já nem sei.

25.8.08

Aquela calma. Aquela serenidade. Aquela arrogância, até.
Tudo nele era mérito, sabedoria.
O silêncio abafado da chuva que cessava lá fora, e a sua voz - melodia contrapontística, sem percussão (salvo as batidas secas dos conceitos-chave e as bofetadas de luva branca do que poderia ser pura evidência).
Sempre o mesmo discurso,
sempre a redundância de rabo na boca.
Nada de novo a acrescentar e a escola da vida sempre a rebentar pelas costuras com alunos que nunca aprendem a lição.
Ele não.
O seu nome estava no quadro de honra havia muito tempo.
Ele começara a dar aulas no seu primeiro dia de aluno, aprendera a ensinar-se a si próprio e a esquecer tudo o que lhe pediam para lembrar. Datas, nomes de ruas, regras de etiqueta e receitas para bolos: amnésia, estado avançado. Falhas de memória imperdoáveis para os que conseguiam fazer uma bavaroise de frutos silvestres estupenda - mas não faziam ideia de como viver consigo próprios.
.
Talvez nisso ela pudesse dizer "percebo-te",
nisso e em tudo o resto,
ainda que em aparência a sua má memória fosse invertida.
Mas ela cozinhava também por adivinhação, juntava os ingredientes que sentia fazerem sentido, nas quantidades que a mão conduzida pela sagaz intuição permitia e rezava em profano para que o resultado fosse mais harmonioso que catastrófico.
E lembrava, como os traços definidos de um sonho recorrente,
tudo o que era para ele claro e consciente,
tudo o que realmente importava - mais do que qualquer coisa importar realmente.
Mesmo assim, era sempre aluna repetente,
só porque gostava de aprender tudo de novo, e que ele lhe ensinasse o que ela já sabia. Era tudo tão real, verdadeiro, quando era ele que o dizia - e ela queria ser plateia dos seus próprios pensamentos pensados e ditos por ele. Fechar os olhos e ouvir-se na boca dele, e ser olhada por ele como se pelo seu próprio espelho, como se a própria humanidade a contemplasse e a lembrasse de tudo aquilo que por condição a tinha feito esquecer.
.
Da raíz à ponta dos cabelos dele havia paz, mas os dela serpenteavam em cachos labirínticos, conflitos quase involuntários e restos de pesadelos a acordá-la apesar do sol deslumbrante da manhã...
Como se de açúcar/sal se tratasse:
"Chega de alegria, obrigada" - dizia ele.
"Um pouco menos de tristeza, se faz favor" - dizia ela.
E assim se encontravam, depois do pequeno-almoço, a meio caminho entre a miséria e a felicidade, para subirem juntos no elevador para um qualquer acordo entre termos.

22.8.08

Às vezes os aviões caem
e a culpa não é de ninguém.
Não é do motor, ele é só física e química - Natureza,
tal como o homem.

Não há culpa.
E, sem culpa, talvez também não haja morte.
Só vida que se acaba ou se transforma
noutra coisa qualquer.

Não. A Natureza não precisa de pedir desculpa.
O homem?
Isso é outra história.

(Ao sabor do vento as asas deste avião parecem feitas de papel, frágeis. Juro que quando ele aterrar, vou ficar mais feliz do que nunca por estar viva.)

1.6.08

Concept.
I'll make one up for the sake of imagination.
But I won't paint your face on it.

31.1.08

Jung, don't be so uncanny to Freud.
Freud, let Jung play Psychoanalysis too.

Kiss and make up, kids.

  • (We're all scr*w*d anyway.)
  • 28.1.08

    'The Wonder of nature does not become smaller because one cannot measure it by the standards of human moral and human aims.'

    Einstein - we heart you.

    27.1.08

    Then he pushed her against the window. She could feel those icy drops of rain crashing against her indecently uncovered skin, and his eyes and lips were synchronous in feeling when he whispered: 'You need no man's love, my darling. No. You're just a sucker for B12.'
    I had an alarm clock for screw up & I wouldn't give it up, until I did & then I was like 'Where's my alarm clock for screw up?' & I couldn't find it & I asked an old lady who was passing by & she said 'Maybe you left it somewhere' & I said 'Oh, shut up, what do you know!' & she said 'Everything' & I said 'Ok, I'll go get you your glass of water and place it by the nightstand before you go to sleep, gramma.' & she said 'Don't forget to live a little bit while you're at it, dear.' & I said 'Sure, nana, I'll get right on that!' & then I found my alarm clock & I didn't need anything else & that was pretty much the end of the story.

    Silly, silly story, gramma.
    You're thirsty.
    I'm careful.
    And you'd think it should've been the other way around...

    SAY WHAT?