16.11.06

rain
(what do you see?)

7.11.06














"The art of art,
the glory of expression
and the sunshine of
the light of letters,
is simplicity.
"

6.11.06

Quero ser monocórdica na expressão e no pensamento.


Escrever sobre coisas banais ou não escrever de todo.


Ser básica.


Simples.


Não te assustar com o bicho-papão da complexidade.


Sou fácil de perceber agora, não tenhas medo.


Não te vou dar trabalho nenhum.


Zero.

5.11.06

Não queria deixar-me fugir a memória tua por entre as palavras que preciso de dizer escritas porque me rasga o ar que não respiro (por não conseguir esquecer-te nem por um bocadinho).

Esquecer-te agora para te lembrar amanhã e depois e quase sempre - até te ter outra vez a inventar memórias para eu guardar - - Oh, não me dês tempo para guardar nada! Se te gravo fora de mim, temo que desapareças de todos os lugares onde te possa voltar a encontrar, como se cuspisse sonambulamente nos planos irreverentes de um destino qualquer. Não vou sonhar com linhas que te continuem numa página folheada da minha história, não te rasgo. nem escrevo. Sei agora que não te pinto como te quero pintar, que não te faço como foste feito - mesmo que te imagine perfeito -, que mais despidas que uma folha em branco são as palavras que desenho porque preciso de apagar, porque não me acalmam a vontade de te perder da lembrança antes que me perca a mim numa esperança sempre e nunca demasiado pueril. Patético como te adivinhei em cada cheiro que encontrei no caminho de regresso que fiz quase sem dar conta, ainda a tua simpática preocupação a carregar-me no colo e eu a perceber o tanto que não me importava com isso ao mesmo tempo que lamentava a expressão cor-de-parede-que-as-emoções-não-atravessam que me enfeitara o rosto naquele fim de manhã. Deveria ter-te sorrido a ti e não ao chão sobre o qual me fizeste flutuar (mas não muito). Não me lembro se agradeci a mão gentil que pousaste sobre a minha testa, a serenidade a delinear-te os movimentos - mas uma inquietude quase infantil a soltar-te palavras avulsas e (podia jurar que) desnecessárias. Não chegaste a dizer que ia ficar tudo bem - mas eu dei-te a mão confiante, ainda que por detrás dos olhos sérios e tom de anúncio-de-chuva. Antes de te deixar fiz uma pergunta para a qual não precisava de resposta (não, nem por isso), só porque queria ouvir-te dizer qualquer coisa, pousar suavemente os meus olhos nos teus e rezar para que o tempo fosse mesmo muito relativo - talvez inexistente. Agora que me lembro, nem estava com muita vontade de sair de casa naquele dia. E mesmo assim... quando me olhaste foi
como se estivesse bonita.