I will always try to do what's best for you.
I'll ruin it just to make it up to you.
For my good reasons, mine alone.
So you feel victory.
Though you know not what you are loosing,
And I don't have it in me, the strength to tell you.
16.2.10
24.1.10
Muda de direcção. Vira à esquerda ou à direita, mas não fiques nem mais um segundo. Aqui passou à história e tu viraste a esquina, sem olhar para trás.
Muda de ideias, lembra-te que as ideias são só isso e que por si só não são nada, não obstante as novas filosofias do poder da mente ou uma lei da atracção. A realidade é outra coisa, livre desses pensamentos que avariam a fruição desencantada mas genuína do que existe, seja lá isso o que for.
Muda de atmosfera. Sai cá para fora. Se cá fora está frio, entra num café onde o ar é demasiado abafado e as pessoas riem alto e a felicidade delas não contagia. Sai de novo e respira fundo até sentires a urgência de uma casa, onde se janta a horas e se fala de coisas banais e se discute porque se sente o laço relutante da afinidade.
Não. Não se diz não só por dizer. Há sempre uma razão qualquer, que se ignora, que se contesta pelo confronto com o procedimento normal, que se conclui ser apanágio de uma intuição protectora, amigável. Enquanto ainda não sei porque disse não, lamento não ter dito sim. Tudo aponta para o erro crasso repetido até à exaustão e a tua mão padece o meu remorso.
Eu sonho que não me enganei, enquanto mudo de direcção. Vejo de relance a parede contra a qual não me despenhei - aviãozinho de sonhos fora do contexto. Foi por pouco. Mas dou outras tantas voltas ao volante, como quem volta ao mesmo lugar, só para ter a certeza que não me enganei que me enganei. O caminho está cortado. «Isto é um assunto sério, o que é que estás a fazer? Volta para casa. Não, não cantes. Não te vais sentir melhor por causa disso. Nestas coisas não resulta, é outro campeonato. Faz assim: Na primeira oportunidade, assim que vires um caixote do lixo com ar sóbrio, digno, deita o coração fora. Despeja-o como quem oferece um peso insuportável à gravidade, e continua a andar como se nada fosse.»
Encontro-te na esquina. Perguntas-me o que estou a fazer, se aquilo é o meu coração. Comentas como quem ridiculariza o desperdício de um coração em bom estado. Mal sabes tu o que lhe fizeste. Se te dissesse ias-te rir na minha cara, ou pior, fazer aquele ar condescendente - golpe certeiro. Mas não é. É ao lado. Vês-me onde eu não estou, quando falas comigo não é para mim e se me tocas é a tua pele que sentes. Sentes o acessório e os contornos que reconheces e queres para ti, como se não existisse mais ninguém - só tu e tu, e tudo aquilo que podes ter.
E como sei que só sabes ler a introdução - entre bocejos, sentado em cima dos óculos, como quem não consegue tentar -, mudo de direcção e levo os contornos comigo. Se é um erro, tenho mesmo que o cometer. É o erro certo. Não é ideia minha e não é coisa que o coração possa discernir.
Quando for tarde demais, não se vai dizer «É tarde demais». Não se vai dizer nada.
Muda de ideias, lembra-te que as ideias são só isso e que por si só não são nada, não obstante as novas filosofias do poder da mente ou uma lei da atracção. A realidade é outra coisa, livre desses pensamentos que avariam a fruição desencantada mas genuína do que existe, seja lá isso o que for.
Muda de atmosfera. Sai cá para fora. Se cá fora está frio, entra num café onde o ar é demasiado abafado e as pessoas riem alto e a felicidade delas não contagia. Sai de novo e respira fundo até sentires a urgência de uma casa, onde se janta a horas e se fala de coisas banais e se discute porque se sente o laço relutante da afinidade.
Não. Não se diz não só por dizer. Há sempre uma razão qualquer, que se ignora, que se contesta pelo confronto com o procedimento normal, que se conclui ser apanágio de uma intuição protectora, amigável. Enquanto ainda não sei porque disse não, lamento não ter dito sim. Tudo aponta para o erro crasso repetido até à exaustão e a tua mão padece o meu remorso.
Eu sonho que não me enganei, enquanto mudo de direcção. Vejo de relance a parede contra a qual não me despenhei - aviãozinho de sonhos fora do contexto. Foi por pouco. Mas dou outras tantas voltas ao volante, como quem volta ao mesmo lugar, só para ter a certeza que não me enganei que me enganei. O caminho está cortado. «Isto é um assunto sério, o que é que estás a fazer? Volta para casa. Não, não cantes. Não te vais sentir melhor por causa disso. Nestas coisas não resulta, é outro campeonato. Faz assim: Na primeira oportunidade, assim que vires um caixote do lixo com ar sóbrio, digno, deita o coração fora. Despeja-o como quem oferece um peso insuportável à gravidade, e continua a andar como se nada fosse.»
Encontro-te na esquina. Perguntas-me o que estou a fazer, se aquilo é o meu coração. Comentas como quem ridiculariza o desperdício de um coração em bom estado. Mal sabes tu o que lhe fizeste. Se te dissesse ias-te rir na minha cara, ou pior, fazer aquele ar condescendente - golpe certeiro. Mas não é. É ao lado. Vês-me onde eu não estou, quando falas comigo não é para mim e se me tocas é a tua pele que sentes. Sentes o acessório e os contornos que reconheces e queres para ti, como se não existisse mais ninguém - só tu e tu, e tudo aquilo que podes ter.
E como sei que só sabes ler a introdução - entre bocejos, sentado em cima dos óculos, como quem não consegue tentar -, mudo de direcção e levo os contornos comigo. Se é um erro, tenho mesmo que o cometer. É o erro certo. Não é ideia minha e não é coisa que o coração possa discernir.
Quando for tarde demais, não se vai dizer «É tarde demais». Não se vai dizer nada.
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