23.10.06

Beautiful.
That's how I see you.
(it's the way you are too.)
I need not look at you when I want to see you
Or notice that you may be looking back (at me).
I almost despise your not-that-curious stare,
no reason other than the fact that you see nothing at all to justify it.
But beautiful - you are.
Pretty.
And all I want to do is look at you (without looking).
Just for a moment.
That static exchange of seconds that allows you to be the perfect little white canvas I can paint my own version of you on.
I can taste your sweet-sour presence a few miles away (so close)
I do not adore it.
Misunderstand me not.
I see the flaws and cuts and drops of golden poverty dancing around you.
But you do not wish to be saved (and I wish it too much, but not enough...)
Sometimes
In my redundant silence I crave for the will to whisper in your made-of-tissue-conscience just how incredibly beautiful you are from where I'm standing.
But you're just a painting.
A dead, hopeless, beautiful painting.
That moves without ever leaving the same place...

17.10.06


Ela era pequenina.
Tão pequenina...
Feita quase à medida da palma da mão dele.
E sentava-se-lhe bem perto do polegar,
baloiçando ao ritmo do vento...
(o mesmo vento)
que desenlaçava nós no seu cabelo
e futuros nas linhas da palma
daquela mão
(que era)
Tão grande...
que falhava sempre em ampará-la
(pequenina)
cada vez que lhe descia por entre os dedos...
Não para lhe fugir.
Não para se encontrar.
Apenas porque era tão pequenina
que queria abraçar o mundo
(com força)
até ele ficar tão grande
como a sua pequenez.
*
Ela era pequenina.
Tão pequenina...
que quando quis crescer
Não chegava à maçaneta da porta
(em forma de uma palma da mão tão grande...
que não havia
nas suas linhas espaço para um futuro...)
que dava para a palavra amor
(de tamanho demasiado gigantesco
para que coubesse nela
qualquer outra coisa)

12.10.06

Uma flor. De papel. Preto.
Estás a ver a letra?
Um torrãozinho de açúcar. Doce - (Previsível)
O cigarro a descortinar menos uns minutos de vida. Mas vamos todos morrer mais tarde ou mais cedo.
O relógio atrasado. Vais perder o comboio.
Não te rias.
Um caracol a escorregar-te para o ombro. Despenteado.
Hoje desististe de mim - sem saber.
Mas eu não aprendi ainda a desistir de ti.
Inteligência. Artificial. Shiuuu...
Fica só entre nós, está bem?
O quê?
Que olhei p'ra ti hoje...
Disseste alguma coisa?
Nada. Silêncio. Ponto. Pausa.
Se não te tivesse como amigo nem sei como seria capaz de me enganar tão bem e adormecer pensando que amanhã vai ficar tudo bem.
Cedo. (Para créditos finais)
Atrevo-me a dizer que me enganei redondamente outra vez.
Mas é cedo ainda.
Sono...
Já não sonho há muito.
Nem acordada.
Em vez disso durmo o tempo-inteiro-todo-o-tempo.
Nem sinto quando os pés se descosem do chão e os olhos se colam ao vazio.
Nem ouço os pensamentos a fugir para longe de mim e de quem me pensa perto.
Nem vejo as palavras que sopras para a frente (e engoles para trás) e cospes de novo para todo o lado...
Percebo bem que não percebo nada quando me perguntas "Percebeste?"
Esqueci-me de perceber. (Desculpa)
Queria perceber mais... perceber lá em cima nas nuvens.
Não me perco por mal. Não quero (muito) que me encontres.
Eu consigo sozinha...
(Mas não consigo)
(Mas também sei que se não conseguir, ninguém o pode fazer por mim)
(Mas ainda desconfio que estou demasiado cansada para o concluir)

Olá. Tudo bem? Tudo. E contigo? Também. - Inauguração do novo paradigma comunicacional

Vá... vamos dormir, que ser já cansa.

6.10.06

"I certainly haven't been shopping for any new shoes, and...

I certainly haven't been spreading myself around

I still only travel by foot and by foot, it's a slow climb

But I'm good at being uncomfortable so I can't stop changing all the time


I noticed that my opponent is always on the go, and...

Won't go slow so's not to focus and I notice

He'll hitch a ride with any guide as long as they go fast from whence he came

But he's no good at being uncomfortable so he can't stop staying exactly the same



If there was a better way to go then it would find me
I can't help it,
the road just rolls out behind me
Be kind to me or treat me mean
I'll make the most of it,
I'm an extraordinary machine...

I seem to you to seek a new disaster every day


You deem me due to clean my view and be at and lay

I mean to prove I mean to move in my own way and say

I've been getting along for long before you came into the play


I am the baby of the family

It happens so everybody cares
And wears the sheeps' clothes while they chaperone
Curious you're looking down your nose at me while you appease
Courteous to try and help but let me set your mind at ease

If there was a better way to go then it would find me
I can't help it, the road just rolls out behind me
Be kind to me or treat me mean
I'll make the most of it,
I'm an extraordinary machine...

Do I so worry you
You need to hurry to my side, it's very kind
But it's to no avail I don't want the bail
I promise you everything will be just fine


If there was a better way to go then it would find me
I can't help it,
the
road
just rolls out
behind
me
Be
kind to me
or
treat me mean
I'll make the most of it,
I'm an extraordinary machine..."