20.10.09

A tristeza é tua. A alegria é nossa.
O tempo é da relatividade e no espaço não cabemos os dois, juntos.
Apetece-me partir os pratos e desarrumar os papéis que tens em cima da secretária, posso? Com as mãos que cheiram a insubordinação. E a pecado. A mais um dia de tempo inútil.
Não, não fiz nada. Roubei-te mais um milímetro de calendário. Mas o
ar que respiro não tem preço, e mesmo assim eu pago-o
dia-sim dia-não, hoje não, amanhã prometo.
Neste fim de tarde meio escuro, o chá desaparece para dentro das chávenas e eu aprendo a gostar de ti com laços feitos de mel. Se não fosse a memória, adeus romantismo. Mas eu lembro-me e guardo-te comigo por uma questão de sobrevivência. É um mistério quando isso acontece, mas acontece. A defesa adormece, qual tigre manso.
Dorme, segura na minha mão e até amanhã.
Quando chegar a altura, eu digo-te.
Enquanto sonhas, vou pintar o chão e a porta do quarto com estrelas de meia-noite e pombas em ponto-cruz - pela paz ou pelo amor ou coisa do género. Depois encaminho-te à porta e sussurro-te o adeus sentido de quem recebe visitas pela vida fora para correr com a vida para dentro.
Já não és meu, já não me lembro de como era seres meu. Adeus é uma palavra triste, mas vai-te embora. A sério. Somos todos um, o mesmo, não me vais fazer falta.

4.10.09













Go on and grow me a heart.

I'll give it all to you, I want to.

And everything that may be wrong with you, I'll take it gladly.
The way your voice sounds in my ears, and the hands with which you build the world I long to see, and the things you make me want to be, even against my will. It's against my better judgment, all of it. But I feel it. And it feels right. Feels right to embrace your wrong as I seem to talk about it over and over, just 'cause I can find none. I'll find something eventually.

In the meantime, do let yourself in.